
Fonte: Shutterstock.
Deseja ouvir este material?
Áudio disponível no material digital.
Praticar para aprender
Você provavelmente já deve ter conversado com seus colegas sobre as áreas de interesses na atuação profissional. O ingresso no curso de Educação Física certamente o colocou diante de uma multiplicidade de campos e áreas de ação, além de saberes, competências e habilidades do âmbito acadêmico e metodológico que precisará dominar para atuar profissionalmente. Em qual área você gostaria de desenvolver sua carreira profissional? Você já entrou no curso com algo definido? O que você mais percebe em seus colegas quanto à área de atuação que desejam?
Um ponto importante a destacar é que você perceberá, principalmente ao longo do curso, que a Educação Física possui um leque de possibilidades profissionais que podem se materializar de diversas maneiras. O essencial nessa jornada que você está construindo em sua formação é se dedicar em compreender todos os aspectos que constituem e caracterizam a Educação Física e suas diversas manifestações no campo do esporte, do lazer, da saúde, do jogo, das lutas, da dança, da ginástica, da recreação, das práticas de aventura, do treinamento esportivo, da orientação de atividades físicas e exercícios físicos, da avaliação física da gestão, da Educação Física escolar, etc. Seja qual for sua área de atuação e a especificidade de sua intervenção profissional, ela deve ser orientada por saberes científicos, técnicos e humanistas, demonstrando para a sociedade a relevância e a qualidade do profissional da educação física e sua formação.
Agora, considere que dentro da empresa em que você atua, Vida e Saúde, que presta serviço a empresas e pessoas físicas em diversos campos de atuação da atividade física, exercício físico e saúde, você foi o indicado para participar de uma reunião com o gestor de uma grande empresa do setor de comunicação que deseja realizar um projeto e ações para a melhora da qualidade de vida e saúde de seus funcionários. Nessa reunião, que era a primeira para apresentação dos anseios da empresa contratante, visando direcionar posteriormente o projeto, há um forte e conflituoso questionamento sobre como a Educação Física poderia atuar e colaborar com ações no campo da saúde. Você então percebeu que os argumentos e a representação do gestor sobre a Educação Física estavam ainda baseados no modelo que ele provavelmente vivenciou enquanto aluno da educação básica, há muitos anos. Ele insistia no argumento de que a Educação Física se relacionava mais à dimensão escolar, e não conseguia compreendê-la como uma profissão dentro da área da saúde, assim como a medicina, a fisioterapia, a nutrição e a enfermagem, por exemplo.
Após ouvir atentamente os argumentos do gestor da empresa, uma nova reunião foi marcada, na qual você precisa apresentar conhecimentos que desconstroem a visão simplista sobre a área (ainda muito presente na sociedade), demonstrando conhecimento amplo sobre a Educação Física nos aspectos acadêmico, metodológico, profissional, técnico e legal para conseguir convencer o gestor e aprovar o projeto.
A Educação Física é um campo que apresenta muitas possibilidades de atuação profissional. São muitas áreas de atuação. Portanto, a formação inicial na graduação é um espaço para conhecer, vivenciar, experimentar e, assim, poder definir com maior certeza a especialidade que irá seguir, pois sua profissão também fará parte de sua identidade, do seu papel na sociedade.
conceito-chave
A Educação Física é uma profissão reconhecida legalmente. A Lei nº 9.696, de 1 de setembro de 1998, trata da regulamentação profissional da educação física, criando também seu Conselho Federal de Educação Física (CONFEF) e seus respectivos Conselhos Regionais de Educação Física (CREFs) (BRASIL, 1998). Destaco que o processo de regulamentação da área não será o tema desta seção, nem estará presente em outros momentos neste material, porém, a necessidade de destacar a Educação Física como uma profissão regulamentada é fundamental porque implica diversas condições normativas e legais que impactam na área, assim como suas áreas de atuação, que são protegidas por lei. Ou seja, há uma proteção legal sobre a categoria profissional que garante a exclusividade do especialista formado diplomado.
Áreas de atuação profissional
Como você sabe, historicamente, a Educação Física se fez presente na sociedade a partir do campo escolar. Nesse sentido, já temos mais de um século de reconhecimento da área escolar na Educação Física, passando por diversos contextos históricos, políticos, culturais e ideológicos. Foi a partir dos anos 1970 e 1980 que outros campos de atuação começaram a se fazer presentes de modo mais significativo na área, como o esporte, o lazer, as práticas de atividade física e exercícios físicos, por exemplo. O desenvolvimento acadêmico e científico da área, compreendendo outros saberes, foi fundamental para seu crescimento e posterior reconhecimento da profissão. Mas o que é uma profissão?
Antes de destacar uma ideia conceitual de profissão, é importante compreender a profissionalização, que se caracteriza, justamente, pelo processo histórico, cultural e político no qual uma ocupação se estabelece na sociedade, por meio de lutas e embates, para conseguir o status de profissão e, com isso, a garantia de uma reserva do mercado de trabalho, de um saber e conhecimento específico, ou seja, esse profissional passa a exercer o monopólio profissional, da formação até a intervenção.
Muitas foram as lutas de grupos profissionais para conquistar o reconhecimento profissional. Esses conflitos ultrapassam o nível das ideias e ideais; passam, principalmente, por uma dimensão de organização de trabalhadores/profissionais ao entorno de uma área de atuação, de um conjunto de saberes e processos formativos.
A nova organização social oriunda do processo de industrialização, da consolidação do capitalismo e das sociedades industriais desenvolvidas promoveram um novo debate sobre as mais novas e diversas formas de ocupações e profissões que surgiram. O desenvolvimento científico e tecnológico, assim como o crescimento das universidades, possibilitou o debate sobre a apropriação de um saber especializado e sistematizado. É no campo da sociologia das profissões que essa reflexão se instaura.
Assumindo aqui uma dimensão conceitual, mas sem considerar o assunto por encerrado, Freidson (1998) afirma que há três denominadores exclusivos quando tratamos da dimensão de uma profissão, sendo eles: a expertise, o credencialismo e a autonomia.
A expertise está relacionada ao corpo de conhecimentos e habilidades que, de forma exclusiva, as pessoas adquirem em um processo de formação, de capacitação. Esse fator é fundamental para diferenciar os leigos dos formados.
Exemplificando
Podemos considerar todo o conjunto de conhecimentos científicos e técnicos, de competências, habilidades e atitudes no campo da ética e da moral adquiridos ao longo do curso como sendo nossa expertise. Ou seja, os saberes de diferentes naturezas que compõem cada disciplina ao longo da sua formação formam um corpo de saberes que só quem passar pelos bancos escolares da formação em Educação Física irá possuir. Por isso há a dimensão de exclusividade, de monopólio de um conhecimento. Você, que passa pelo curso de graduação em Educação Física, possui a autoridade do conhecimento para atuar.
O crendencialismo está relacionado à existência de algum sistema organizado que protege a expertise. Assim, a expertise e o credencialismo acabam sendo aspectos inseparáveis, pois ele é uma forma de institucionalizar esse conhecimento e protegê-lo. Desse modo, propicia uma maneira de credenciamento, de regulação da área profissional, criando o que pode ser denominado de reserva de mercado, logo um caráter excludente.
Exemplificando
O sistema CONFEF/CREF possui em nossa área essa incumbência de órgão de regulamentação profissional, exercendo a dimensão do credencialismo. Assim, após você ser um profissional formado e diplomado, precisará, para ter acesso a essa reserva de mercado, se credenciar ao órgão de regulamentação profissional.
O último denominador, a autonomia, se materializa no próprio fazer profissional, no cotidiano da sua atuação. Quanto maior a sua independência, sua autoridade sobre a sua intervenção, maior será sua dimensão de autonomia.
Reflita
Imagine que, após formado, você irá se lançar ao mercado de trabalho. E, quando isso acontecer, é natural que haja no início uma certa insegurança. Mas, quanto melhor for a apropriação de expertise da área, em todas suas dimensões, possivelmente a autonomia irá se materializar de maneira mais concreta, com a escolha de procedimentos e técnicas, além da mobilização de conhecimentos, para uma atuação ética e de qualidade.
Nesse sentido, independentemente da área, a atuação profissional deve ser orientada por pressupostos de ordem filosófica, epistemológica e científica, buscando sempre a melhoria da qualidade do trabalho desempenhado pelos profissionais de educação física. E você deve sempre ter em mente o princípio de que a atuação profissional, nas mais diversas áreas, será sempre dinâmica e baseada em um complexo mundo de interações, construções e reconstruções relacionadas ao conhecimento profissional apreendido ao longo de sua formação inicial e de forma continuada durante toda a carreira.
Ao tratarmos de forma específica as áreas de atuação, já conhecendo o que caracteriza uma profissão e, ainda, sabedores do reconhecimento profissional em 1998, recorremos aos aspectos normativos e descritivos da legislação específica da área para conhecermos mais sobre nossas possibilidades de atuação.
De acordo com o estatuto do CONFEF, aprovado no ano de 2010, o art. 8º traz de forma abrangente os campos de atuação profissional na Educação Física. De acordo com o referido documento:
Compete exclusivamente ao profissional de educação física, coordenar, planejar, programar, prescrever, supervisionar, dinamizar, dirigir, organizar, orientar, ensinar, conduzir, treinar, administrar, implantar, implementar, ministrar, analisar, avaliar e executar trabalhos, programas, planos e projetos, bem como prestar serviços de auditoria, consultoria e assessoria, realizar treinamentos especializados, participar de equipes multidisciplinares e interdisciplinares e elaborar informes técnicos, científicos e pedagógicos, todos nas áreas de atividades físicas, desportivas e similares.
Quando relacionamos o conceito de expertise e credencialismo à diversidade de áreas de atuação do profissional de educação física, temos, então, uma dimensão da complexidade de saberes envolvidos no processo de formação inicial. A hegemonia do conhecimento e uma atuação com qualidade e socialmente responsável também estão materializadas no art. 9º do estatuto do CONFEF, quando delibera sobre as especialidades da área:
O profissional de educação física é especialista em atividades físicas, nas suas diversas manifestações - ginásticas, exercícios físicos, desportos, jogos, lutas, capoeira, artes marciais, danças, atividades rítmicas, expressivas e acrobáticas, musculação, lazer, recreação, reabilitação, ergonomia, relaxamento corporal, ioga, exercícios compensatórios à atividade laboral e do cotidiano e outras práticas corporais, sendo da sua competência prestar serviços que favoreçam o desenvolvimento da educação e da saúde, contribuindo para a capacitação e/ou restabelecimento de níveis adequados de desempenho e condicionamento fisiocorporal dos seus beneficiários, visando à consecução do bem-estar e da qualidade de vida, da consciência, da expressão e estética do movimento, da prevenção de doenças, de acidentes, de problemas posturais, da compensação de distúrbios funcionais, contribuindo, ainda, para consecução da autonomia, da autoestima, da cooperação, da solidariedade, da integração, da cidadania, das relações sociais e a preservação do meio ambiente, observados os preceitos de responsabilidade, segurança, qualidade técnica e ética no atendimento individual e coletivo.
O profissional da educação física como profissional da saúde
Falarmos da relação entre Educação Física e saúde é algo muito mais complexo do que simplesmente citar os preceitos legais e normativos dessa relação delicada. A nossa área e sua relação com a saúde adquiriu diferentes significados e práticas ao longo do tempo. É importante destacar que, mesmo com a existência de uma classificação da Educação Física como profissão da área da saúde, o que ocorre efetivamente no ano de 1997, não podemos reduzir nossa área nem nossa prática profissional ao viés da saúde. De fato, isso representa um grande significado social para a Educação Física, tal qual nossas atuações no campo escolar, no lazer, no esporte, nos jogos, lutas, danças e ginásticas etc. Já estamos construindo um olhar e um cenário amplo, o que torna difícil reduzir a categoria a uma única significação funcional, mais devido a uma normativa do que a um processo de construção de identidade histórico e cultural.
De acordo com o pensamento de Ghiraldelli Júnior (1992), em todas as tendências históricas da Educação Física é possível identificar aspectos que se vinculam à saúde, principalmente nos discursos relacionados à aquisição e manutenção da saúde individual.
Como ponto inicial dessa relação histórica podemos apontar para o século XIX e a tendência à biologização da Educação Física, que acabava reduzindo à dimensão biológica toda a complexidade do movimento humano. Nesse contexto histórico, havia uma presença marcante (e determinante) dos médicos e seus ideais higienistas, compreendendo a saúde em seus aspectos biofisiológicos. Portanto, a Educação Física (ou educação do físico) estava voltada para o desenvolvimento do indivíduo forte, saudável, logo, do corpo saudável, harmonioso (CASTELLANE FILHO, 1988).
Foi no centro do movimento higienista do século XIX que ocorreu a inserção da área no campo escolar, com base, principalmente, nos discursos médicos e sustentada pela prática de ginástica/exercício físico e pelos conhecimentos anátomo-fisiológicos. À medida que a área se insere no campo educacional formal, ela passa a fazer parte dos projetos e discursos institucionais e institucionalizantes, ligada a um projeto de nação, de sociedade.
Para Ghiraldelli Júnior (1992), até os anos de 1930 o que prevaleceu foi uma Educação Física higienista, buscando atuar, a partir da educação, nos problemas da saúde pública, com a construção de hábitos saudáveis, com o cuidado com o corpo e o distanciamento de práticas moralmente não aceitas que pudessem levar a uma condição degradante da saúde.
Como você pode perceber, a relação entre Educação Física e saúde já perdura mais de um século. E durante todo o século XX, principalmente com o aumento da importância dada aos cuidados com a saúde pelas políticas institucionais, a Educação Física se manteve conectada à noção de que a prática da atividade física e do exercício físico são fundamentais para uma boa saúde, sendo esse um ideal reconhecido e difundido também pela comunidade médica. A partir do processo de redemocratização deflagrado nos anos de 1980, juntamente com os debates epistemológicos na área, começou-se a ampliar o foco de reflexão da relação com a saúde para além da dimensão de causalidade linear, com a incorporação da discussão das ciências humanas sobre o próprio conceito de saúde, como também de qualidade de vida e promoção da saúde.
Assimile
Em termos de discurso institucional podemos destacar o Decreto nº 69.450/1971, que determinava que um dos objetivos da educação física deveria estar voltado para a conservação da saúde. Ainda nesse decreto, pode-se encontrar a orientação de que a aptidão física seria a base referencial para o planejamento pedagógico do ensino (BRASIL, 1971).
Como você pode perceber, a relação com a saúde se deu no campo social, nas políticas oficiais de governos, nos embates teóricos da área, sempre provocando mudanças paradigmáticas e avanços para a área. Mas você talvez esteja mudando seu foco de reflexão, não sobre por que a Educação Física é reconhecida como uma profissão da área da saúde, mas quando ocorreu essa definição. Passaremos, daqui em diante, a apresentar uma dimensão temporal e legal da Educação Física como profissão na área da saúde e algumas conquistas da área.
O reconhecimento do profissional de educação física como profissional da saúde, de nível superior, ocorreu em 1997 no Conselho Nacional de Saúde, conforme Resolução nº 218, de 6 de março, sendo que as 13 profissões reconhecidas deveriam estar legalmente atreladas ao Ministério da Educação e do Desporto, Ministério do Trabalho e aos seus respectivos conselhos profissionais (BRASIL, 1997). Lembre-se de que o reconhecimento da Educação Física como profissão só ocorre em 1 de setembro de 1998.
Um grande avanço para a área e seus profissionais no campo da saúde ocorreu no ano de 2008, após a inclusão do profissional de educação física nas Equipes de Saúde da Família do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF). Essa conquista histórica e fundamental para a área se deu a partir do crescimento de sua base científica, principalmente relacionada ao campo da saúde coletiva, da saúde pública, da promoção da saúde e qualidade de vida, rompendo com o paradigma biologicista da Educação Física na área da saúde. A Educação Física se demonstrou capaz, principalmente no campo acadêmico e profissional, de se fazer presente em um dos espaços mais relevantes da sociedade brasileira no contexto da saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS). Os saberes profissionais para tal intervenção devem ir além dos aspectos biológicos, da resposta fisiológica ao exercício; devem, fundamentalmente, contemplar os aspectos políticos, culturais, ambientais e sociais de cada realidade onde a intervenção se desenha. Nesse sentido, hoje, no campo da formação e intervenção profissional, há uma crescente exigência por um perfil e identidade profissionais que saibam trabalhar no contexto da atenção à saúde no SUS, mobilizando conhecimentos científicos e procedimentais para tomar as melhores decisões frente aos diversos desafios da profissão no sistema público de saúde no Brasil.
Outro marco histórico é a inclusão da atividade física, no ano de 2013, como fator determinante e condicionante da saúde, conforme a Lei nº 12.864, de 24 de setembro de 2013 (BRASIL, 2013). Esse aspecto abre a possibilidade não só de reconhecimento social, mas também de aberturas de novos campos de trabalho tanto no setor público quanto no privado.
Além disso, o mais novo marco nesse processo histórico ocorreu em agosto de 2020, com a Resolução nº 391, de 26 de agosto, que trata sobre o reconhecimento e a definição da atuação e competências do profissional de educação física em contextos hospitalares – você agora pode atuar no âmbito hospitalar enquanto profissional da educação física. O referido documento destaca que a atividade física e de saúde atendem aos propósitos da promoção, prevenção, proteção e reabilitação da saúde, por meio do exercício físico e da atividade física (CONFEF, 2020). O art. 2º destaca que “o Profissional de Educação Física possui formação para intervir em contextos hospitalares, em níveis de atenção primária, secundária e/ou terciária em saúde, dentro da estrutura hierarquizada preconizada pelo Ministério da Saúde e considerando o SUS” (CONFEF, 2020, [s. p.]).
Sua atuação poderá ser tanto no contexto intra-hospitalar quanto extra-hospitalar, com ações de prevenção, promoção, proteção, educação, intervenção, recuperação, reabilitação, tratamento e cuidados paliativos, com atendimento em instituições filantrópicas, comunitárias, militares, públicas, privadas, entre outras (CONFEF, 2020).
Também em 2020, outro fato de relevância e reconhecimento do profissional da educação física na saúde se deu com a publicação da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) e a presença da área com código permanente 2241-40, de acordo com o Ministério da Economia, por solicitação do Ministério da Saúde.
Relação das classificações brasileiras de ocupações dos profissionais de EF | |
---|---|
CBO | Ocupação relacionada |
2241-05 | Avaliador físico |
2241-10 | Ludomotricista |
2241-15 | Preparador de atleta |
2241-20 | Preparador físico |
2241-25 | Técnico de desporto individual e coletivo (exceto futebol) |
2241-30 | Técnico de laboratório e fiscalização desportiva |
2241-35 | Treinador profissional de futebol |
2241-E1 | Profissional de educação física na saúde |
2221-20 | Professor de educação física no ensino médio |
2344-10 | Professor de educação física no ensino superior |
Assimile
A partir dessa nova realidade posta, todo um futuro se desenha no campo da saúde, como, por exemplo, a atuação junto aos planos de saúde. Cabe à área, de acordo com sua dimensão histórica, seu momento e caminhos epistemológicos, trilhar os novos caminhos da intervenção nos mais diversos campos da saúde.
Você pôde compreender durante esta seção que a relação da Educação Física com a saúde é histórica e sempre envolvida em tensões de diversas naturezas, como a científica, ideológica, política e cultural. Mais do que uma “simples” categorização profissional, o processo histórico e epistemológico da área precisa estar atento às demandas sociais sempre muito dinâmicas, em todas as especialidades. Somos profissionais reconhecidos legalmente e precisamos balizar nossa ação nos saberes científicos, procedimentais, éticos e morais, buscando sempre a qualidade, seja no desafiador campo escolar da licenciatura ou nos mais diversos campos do bacharelado em Educação Física.
Faça valer a pena
Questão 1
Foi em 1998 que a área da Educação Física teve sua profissão reconhecida legalmente. Caracterizar-se como uma profissão pode ter múltiplos significados conceituais. De acordo com Freidson (1998), podemos encontrar três denominadores exclusivos na conceituação de uma área como profissão: expertise, credencialismo e autonomia.
De acordo com o pensamento de Freidson sobre expertise, credencialismo e autonomia, relacione esses conceitos às suas respectivas definições:
- Expertise.
- Credencialismo.
- 3. Autonomia.
- Configura-se como o corpo de conhecimentos, de habilidades que, de forma exclusiva, as pessoas adquirem em um processo de formação, de capacitação.
- É a capacidade de tomada de decisão por parte do profissional.
- Está relacionado(a) à existência de algum sistema organizado que protege o saber da área.
Assinale a alternativa com a associação correta.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Correto!
Expertise: configura-se como o corpo de conhecimentos, de habilidades que, de forma exclusiva, as pessoas adquirem em um processo de formação, de capacitação.
Credencialismo: está relacionado à existência de algum sistema organizado que protege o saber da área.
Autonomia: é a capacidade de tomada de decisão por parte do profissional.
Questão 2
A relação da Educação Física com a saúde é algo sempre presente na própria constituição histórica da área. Em cada período histórico podemos identificar elementos políticos, ideológicos e sociais distintos.
Sobre a relação histórica entre Educação Física e saúde, analise as afirmativas a seguir:
- A classificação da Educação Física como profissão da área da saúde ocorreu no ano de 1971, considerando sua importância para a preservação da saúde dos jovens escolares.
- Foi no centro do movimento higienista do século XIX que ocorre a inserção da área no campo escolar, com base, principalmente, nos discursos médicos e sustentada pela prática de ginástica/exercício físico.
- A relação da Educação Física com a saúde permanece de modo conceitual nos dias atuais baseada no modelo biologicista do início do século passado.
De acordo com as afirmativas, está(ão) correta(s):
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Correto!
A classificação da educação física como profissão na área da saúde ocorre em 1997. Desde o início dessa tensa relação, a área evoluiu muito nas dimensões conceituais, passando também a compreender a saúde e seus determinantes a partir dos saberes das ciências humanas e se aproximando de discussões conceituais da saúde coletiva, da qualidade de vida e da promoção da saúde
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Questão 3
As áreas de atuação na Educação Física são múltiplas e refletem as conquistas e consolidação em diversos campo do saber.
Sobre essa temática, analise asserções a seguir e a relação proposta entre elas:
- Independentemente da área, a atuação profissional deve ser orientada por pressupostos de ordem filosófica, epistemológica e científica, buscando sempre a melhoria da qualidade do trabalho desempenhado.
PORQUE
- A atuação profissional é algo estético, imutável, com a formação inicial sendo suficiente com seus saberes para toda a vida profissional.
De acordo com as asserções apresentadas, assinale a alternativa correta:
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Correto!
A atuação profissional, assim como as áreas de atuação, são dinâmicas e mudam conforme a própria evolução e desenvolvimento da sociedade. A Educação Física, como área de formação e atuação profissional, deve estar atenta às novas demandas do mercado de trabalho impostas pela sociedade.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Referências
BRASIL. Decreto nº 69.450, de 1º de novembro de 1971. Regulamenta o artigo 22 da Lei nº 4024, de 20 de novembro de 1961, e a alínea c do artigo 40 da Lei n° 5540, de 28 de novembro de 1968 e dá outras providências. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF, 3 nov. 1971. Disponível em: https://bit.ly/2RrN7D7 . Acesso em: 20 abr. 2021.
BRASIL. Lei nº 9.696, de 1º de setembro de 1998. Dispõe sobre a Regulamentação da Profissão de Educação Física e cria os respectivos Conselho Federal e Conselhos Regionais de Educação Física. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2 set. 1998. Disponível em: https://bit.ly/3eRBpdk . Acesso em: 20 abr. 2021.
BRASIL. Lei nº 12.864, de 24 de setembro de 2013. Altera o caput do art. 3º da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, incluindo a atividade física como fator determinante e condicionante da saúde. Diário Oficinal da União, 25 set. 2013. Disponível em: https://bit.ly/3eUvEeF. Acesso em: 20 abr. 2021.
BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 218, de 6 de março de 1997. Resolve reconhecer os profissionais de saúde de nível superior. Brasília: Ministério da Saúde, 1997. Disponível em: https://bit.ly/3vGfHzz. Acesso em: 21 abr. 2021.. Acesso em: 20 abr. 2021.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 154, de 24 de janeiro de 2008. Cria os Núcleos de Apoio a Saúde da Família – NASF. Brasília: Ministério da Saúde, 2008. Disponível em: https://bit.ly/3eebTQd . Acesso em: 20 abr. 2021.
CASTELLANI FILHO, Lino. Educação física no Brasil: a história que não se conta. Campinas, SP: Papirus, 1988.
CONFEF. Estatuto do Conselho Federal de Educação Física. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, nº 237, 12 dez. 2010. Disponível em: https://bit.ly/3h1CF08. Acesso em: 21 abr. 2021.
CONFEF. Resolução nº 391, de 26 de agosto de 2020. Definir a atuação do Profissional de Educação Física em contextos hospitalares. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, ed. 166, 28 ago. 2020. Disponível em: https://bit.ly/3ekykU6. Acesso em: 21 abr. 2021.
COSTA, J. M. O debate da Educação Física na saúde: aspectos históricos e aproximação à saúde pública. R. bras. Ci. e Mov., v. 24, n. 1, p. 179-188, 2016. Disponível em: https://bit.ly/2QT3VTQ. Acesso em: 15 mar. 2021.
FREIDSON, E. O renascimento do profissionalismo. São Paulo: Edusp, 1998.
GHIRALDELLI JÚNIOR, P. Educação física progressista: a pedagogia crítico-social dos conteúdos e a educação física brasileira. São Paulo: Edições Loyola, 1992.
SILVA, P. S. C. Guia de registros e procedimentos de saúde realizados pelo profissional de educação física no SUS. CONFEF, 2020.